Tecido neoplásico indiferenciado constituído por pequenas células de núcleos hipercromáticos, arredondados ou ovalados, e citoplasma escasso, róseo, de limites mal definidos. As células têm arranjo sólido, ocasionalmente formando pseudorosetas de Homer Wright.
Neuroblastomas do nervo olfatório: tumor originado no epitélio olfatório especializado, situado na parte alta da cavidade nasal. Ocorre em qualquer época da vida, podendo causar obstrução nasal, epistaxe, anosmia, cefaléia e distúrbios oculares.
Radiologicamente, a massa intranasal freqüentemente envolve a placa cribriforme do etmóide, podendo crescer para o interior do crânio e elevar os lobos frontais. Em TC, algumas são calcificadas. Em RM, as lesões são isointensas em T1, hiperintensas em T2 e mostram variável impregnação por contraste.
Macroscopicamente, o tumor forma massas polipóides vegetantes na cavidade nasal. Ao corte, são esbranquiçadas e podem conter calcificações.
Microscopicamente, neuroblastomas do olfatório podem apresentar três padrões:
1) A lesão mais comum lembra um paraganglioma, e é caracterizada por lóbulos bem definidos de tecido neoplásico de textura homogênea, sem arquitetura característica. As células são monótonas, com citoplasma escasso e núcleos arredondados, cromatina pontilhada (aspecto em sal e pimenta) e nucléolos pouco proeminentes. Pode haver áreas com textura fibrilar de fundo, constituídas por prolongamentos das células neoplásicas, que por vezes formam as chamadas rosetas (ou pseudorosetas) de Homer Wright. Mitoses e áreas de necrose não são abundantes. Em imunohistoquímica para proteína S-100, chamam a atenção as células sustentaculares, freqüentemente arranjadas em monocamada na periferia dos lóbulos neoplásicos, mas também vistas no interior dos mesmos. São estreladas, com prolongamentos que se insinuam entre as células principais do tumor. É em parte por estas células que o neuroblastoma do olfatório lembra os agrupamentos celulares (‘Zellballen’) dos paragangliomas.
2) Os neuroblastomas do olfatório que se parecem com neuroblastomas convencionais têm rosetas de Homer Wright e neurópilo rico em prolongamentos celulares. Raramente há rosetas tipo Flexner (com lúmen) ou diferenciação a células ganglionares (neurônios maduros).
3) Neuroblastomas com características epiteliais nítidas como rosetas do tipo olfatório, glândulas, túbulos e superfícies podem ser positivos para EMA e queratinas, aproximando-se dos carcinomas neuroendócrinos.
A maioria dos neuroblastomas do olfatório são histologicamente de baixo grau. Lesões de alto grau são caracterizadas por mitoses, pleomorfismo e áreas de necrose.
A extensão da ressecção é o fator mais importante. Um estudo mostrou que em tumores de baixo grau bastava cirurgia se as margens cirúrgicas estivessem livres de tumor. Radioterapia é recomendada para tumores de grau mais alto ou se há tumor residual. A sobrevida geral de 5 anos foi 69%. Recidiva é comum nos primeiros 2 anos e um terço dos tumores recidivam após 5 anos. Há influência do grau histológico alto e superexpressão de proteína p53 do tipo selvagem, que prenunciam prognóstico reservado. Abundância de células sustentaculares S-100 positivas correlaciona-se com sobrevida maior.
Fonte: http://www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/nptneuroblastoma2c.html#texto
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