terça-feira, 3 de junho de 2014

01 JUN 2014 : pancada na cabeça, queda e muitos desafios pela frente

Amigos, gostaria muito de postar aqui os relatos das nossas férias de janeiro e dos maravilhosos momentos que vivemos, mas infelizmente o que tenho para contar hoje é bem diferente disso.

No último domingo 01/06, meu filho Vitor estava participando de uma brincadeira no clube de desbravadores, quando num determinado momento, enquanto corria, a parte frontal da sua cabeça se chocou com a cabeça de um amiguinho. A pancada foi forte, mas com o amiguinho Vinícius não aconteceu nada, já com o Vitor sim, pois caiu pra trás e bateu a parte de trás da cabeça no chão, região occipital direita, bem próximo de onde localiza-se o tumor.

Todos os presentes disseram que ele ficou desacordado por alguns segundos e imediatamente o Samu e o resgate dos bombeiros foram chamados. Fui avisada também e corri pra lá e cheguei junto com os bombeiros. Ele estava deitado do chão, consciente e os bombeiros o colocaram numa maca, com colete cervical, que é de praxe.

A dificuldade foi encontrar um hospital com neuro de plantão. Moramos próximo ao estádio do Corinthians, onde acontecerá a abertura da copa do mundo e justo neste dia estaria acorrendo mais tarde o segundo evento teste, que foi o jogo Corinthians e Botafogo. A região aqui ficou um inferno, pois muitas vias foram fechadas e o trânsito desviado, causando congestionamentos monstruosos. Um bombeiro me disse que a corporação não recebeu da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) as informações sobre as vias interditadas e eles estavam trabalhando “no escuro”, passando apuros pra encontrar rotas alternativas pra atender as emergências... Bom, esse é o país da Copa!

O Hospital mais próximo seria o Santa Marcelina de Itaquera e quando os bombeiros fizeram contato, foram informados que não havia neuro de plantão... Como assim?? E se algum jogador acidentasse, como seria? Eu acho que não havia neuro para a população, pois deveriam estar de prontidão pra atender incidentes relacionados ao jogo e o resto que se vire...

Bom, a saída foi encontrar outro hospital. Meu filho tem o plano da Sul América e tinha a opção do São Luis do Tatuapé, mas fiquei com receio da demora, pois numa outra vez que estivemos lá o neuro demorou pra chegar e a máquina de tomografia estava em manutenção. Acabei acatando a sugestão dos bombeiros e seguimos para fora de São Paulo, numa cidade chamada Itaquaquecetuba, pois a unidade do Hospital Santa Marcelina de lá era a única que tinha neuro disponível no momento. Após congestionamentos e desvios, pegamos a rodovia Airton Senna e logo chegamos.

O atendimento inicial foi feito pelo clínico, que solicitou a avaliação de um cirurgião geral. O Vitor estava numa maca de madeira e sentindo muito incômodo, mas só poderia ter tirado de lá quando o cirurgião avaliasse. Na minha opinião, essa etapa do cirurgião poderia ser pulada direto para o neuro, pois era evidente que não havia nenhuma lesão na coluna ou nos ossos. Foram 1 hora e meia de espera, pois  o cirurgião estava ocupado, mas comecei a reclamar e disse que se meu filho não fosse atendido logo, iria retirá-lo de lá, mesmo assumindo os riscos.

Quando o cirurgião chegou, o previsto aconteceu e comprovou-se que não havia machucados ou lesões na coluna e que a questão era neurológica. Foi a primeira vez que tentou ficar em pé e infelizmente não conseguiu... Estava sem equilíbrio e não conseguia andar e nem manter-se de pé.

Foi solicitada uma tomografia, que foi realizada imediatamente e o neuro já chegou em seguida pra avaliar. A tomografia não mostrou edemas, nem pressão intracraniana e nem outras coisas graves. O médico explicou que por causa do impacto, o cérebro movimentou-se, ocasionando uma pressão em alguns nervos cranianos, causando esses déficits neurológicos. Fomos liberados para casa, com a recomendação de procurar o GRAACC o quanto antes.

Ao chegar em casa, iniciei compressas de argila, pois ajudam a combater inchaços e inflamações. Prendi com uma baixa e fita crepe e o Vitor deitou-se pra tirar uma soneca. Após um tempo, ao entrar no quarto para vê-lo, encontrei uma cena linda: a Lana, sua amada cadela e amiga subiu na cama e estava deitada ao lado, com a cabeça reclinada  sobre ele e os dois estavam dormindo tranquilamente.

Fui pegar a máquina pra tirar uma foto e quando retornei, a Lana me viu, e como sabe que não pode subir na cama, levantou a cabeça e já foi saindo... Claro que não briguei com ela! Percebeu que seu amigo Vitor não estava bem e foi uma forma de demonstrar todo seu carinho e amor para com ele.

Há 2 anos e meio, quando sofreu uma queda na escola, também ficou com dificuldades de equilíbrio e usei esse tratamento da argila e após 5 dias, recuperou-se totalmente.  http://jornadacontraocancer.blogspot.com.br/2011/12/continuem-orando-por-nos.html 

A noite de domingo para segunda foi tranquila e acordou bem, mas ao tentar andar, a dificuldade de equilíbrio estava do mesmo jeito que no dia anterior. Permanecia bem, sem outros sintomas graves como dores muito fortes, vômito ou sonolência, mas decidimos levá-lo ao GRAACC para uma avaliação com a equipe que o acompanha. A última ressonância magnética foi feita em setembro de 2013 e a próxima estava agendada para setembro de 2014.

A médica do pronto atendimento do GRAACC constatou esses déficits neurológicos relacionados ao equilíbrio e entrou em contato com a Dra. Andréa da neuro-oncologia que recomendou uma ressonância magnética urgente. A Dra. Vanessa da triagem foi muito empenhada e após inúmeros telefonemas, conseguiu que o exame fosse feito no mesmo dia. Por volta das 20:00 horas de ontem a ressonância magnética foi realizada e deveremos retornar ao GRAACC amanhã, 04 de junho pra saber do resultado.

Confesso que meu coração está bem apertado. Não sei o que esse exame vai mostrar e peço muito a Deus que não tenha relação com o tumor. A corrente de orações é gigantesca e sei que Deus está no controle de tudo.

Dói muito ver um filho que momentos antes estava correndo, pulando e brincado e agora está sem mobilidade, sem conseguir andar ou manter-se de pé. Parece que dessa vez a situação está mais intensa, pois o lado direito do corpo também ficou comprometido, e braço e pernas estão “molinhos” e sem força. Percebo que meu filho está preocupado, mas tento não transparecer a minha ansiedade e minhas palavras e ações são de força e otimismo. Seguimos com as compressas de argila, pois ele sabe que da outra vez ajudou muitos e vai ajudar agora também.
 http://jornadacontraocancer.blogspot.com.br/2009/05/geoterapia-argiloterapia.html

Ontem e hoje não foi à escola, e nem sei como será nos próximos dias. Os professores e alunos então unidos em coração para seu completo restabelecimento. Fazia 2 anos e meio que não faltava à escola por motivo de doença, mas tenho fé que logo estará de volta e poderá retomar sua vida normalmente.

Peço a todos que se lembrem do meu Vitor nas orações. Nada sabemos quanto ao futuro, mas Deus é soberano e confio que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (I João 5:14)

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