Amigos, gostaria muito
de postar aqui os relatos das nossas férias de janeiro e dos maravilhosos
momentos que vivemos, mas infelizmente o que tenho para contar hoje é bem
diferente disso.
No último domingo 01/06,
meu filho Vitor estava participando de uma brincadeira no clube de desbravadores,
quando num determinado momento, enquanto corria, a parte frontal da sua cabeça
se chocou com a cabeça de um amiguinho. A pancada foi forte, mas com o amiguinho Vinícius não aconteceu nada, já com o Vitor sim, pois caiu pra
trás e bateu a parte de trás da cabeça no chão, região occipital direita, bem
próximo de onde localiza-se o tumor.
Todos os presentes disseram que ele ficou
desacordado por alguns segundos e imediatamente o Samu e o resgate dos
bombeiros foram chamados. Fui avisada também e corri pra lá e cheguei junto com
os bombeiros. Ele estava deitado do chão, consciente e os bombeiros o colocaram
numa maca, com colete cervical, que é de praxe.
A dificuldade foi encontrar um hospital com
neuro de plantão. Moramos próximo ao estádio do Corinthians, onde acontecerá a abertura
da copa do mundo e justo neste dia estaria acorrendo mais tarde o segundo
evento teste, que foi o jogo Corinthians e Botafogo. A região aqui ficou um
inferno, pois muitas vias foram fechadas e o trânsito desviado, causando
congestionamentos monstruosos. Um bombeiro me disse que a corporação não
recebeu da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) as informações sobre as vias
interditadas e eles estavam trabalhando “no escuro”, passando apuros pra encontrar
rotas alternativas pra atender as emergências... Bom, esse é o país da Copa!
O Hospital mais próximo seria o Santa
Marcelina de Itaquera e quando os bombeiros fizeram contato, foram informados
que não havia neuro de plantão... Como assim?? E se algum jogador acidentasse,
como seria? Eu acho que não havia neuro para a população, pois deveriam estar
de prontidão pra atender incidentes relacionados ao jogo e o resto que se
vire...
Bom, a saída foi
encontrar outro hospital. Meu filho tem o plano da Sul América e tinha a opção do São Luis do Tatuapé, mas fiquei com
receio da demora, pois numa outra vez que estivemos lá o neuro demorou pra
chegar e a máquina de tomografia estava em manutenção. Acabei acatando a
sugestão dos bombeiros e seguimos para fora de São Paulo, numa cidade chamada
Itaquaquecetuba, pois a unidade do Hospital Santa Marcelina de lá era a única
que tinha neuro disponível no momento. Após congestionamentos e desvios,
pegamos a rodovia Airton Senna e logo chegamos.
O atendimento inicial
foi feito pelo clínico, que solicitou a avaliação de um cirurgião geral. O
Vitor estava numa maca de madeira e sentindo muito incômodo, mas só poderia ter
tirado de lá quando o cirurgião avaliasse. Na minha opinião, essa etapa do
cirurgião poderia ser pulada direto para o neuro, pois era evidente que não
havia nenhuma lesão na coluna ou nos ossos. Foram 1 hora e meia de espera,
pois o cirurgião estava ocupado, mas
comecei a reclamar e disse que se meu filho não fosse atendido logo, iria retirá-lo
de lá, mesmo assumindo os riscos.
Quando o cirurgião
chegou, o previsto aconteceu e comprovou-se que não havia machucados ou lesões
na coluna e que a questão era neurológica. Foi a primeira vez que tentou ficar em
pé e infelizmente não conseguiu... Estava sem equilíbrio e não conseguia andar
e nem manter-se de pé.
Foi solicitada uma
tomografia, que foi realizada imediatamente e o neuro já chegou em seguida pra
avaliar. A tomografia não mostrou edemas, nem pressão intracraniana e nem outras
coisas graves. O médico explicou que por causa do impacto, o cérebro
movimentou-se, ocasionando uma pressão em alguns nervos cranianos, causando
esses déficits neurológicos. Fomos liberados para casa, com a recomendação de
procurar o GRAACC o quanto antes.
Ao chegar em casa, iniciei
compressas de argila, pois ajudam a combater inchaços e inflamações. Prendi com uma baixa e fita crepe e o Vitor deitou-se pra tirar uma soneca. Após um tempo, ao entrar no quarto para vê-lo, encontrei uma cena linda: a Lana, sua amada cadela e amiga subiu na cama e estava deitada ao lado, com a cabeça reclinada sobre ele e os dois estavam dormindo tranquilamente.
Fui pegar a máquina pra tirar uma foto e quando retornei, a Lana me viu, e como sabe que não pode subir na cama, levantou a cabeça e já foi saindo... Claro que não briguei com ela! Percebeu que seu amigo Vitor não estava bem e foi uma forma de demonstrar todo seu carinho e amor para com ele.
Há 2 anos e meio, quando sofreu uma queda na escola, também ficou com dificuldades de
equilíbrio e usei esse tratamento da argila e após 5 dias, recuperou-se
totalmente. http://jornadacontraocancer.blogspot.com.br/2011/12/continuem-orando-por-nos.html
A noite de domingo para segunda foi tranquila e acordou bem, mas ao tentar andar, a dificuldade de equilíbrio estava do mesmo jeito que no dia anterior. Permanecia bem, sem
outros sintomas graves como dores muito fortes, vômito ou sonolência, mas decidimos
levá-lo ao GRAACC para uma avaliação com a equipe que o acompanha. A última
ressonância magnética foi feita em setembro de 2013 e a próxima estava agendada
para setembro de 2014.
A médica do pronto atendimento do GRAACC constatou
esses déficits neurológicos relacionados ao equilíbrio e entrou em contato com
a Dra. Andréa da neuro-oncologia que recomendou uma ressonância magnética
urgente. A Dra. Vanessa da triagem foi muito empenhada e após inúmeros
telefonemas, conseguiu que o exame fosse feito no mesmo dia. Por volta das
20:00 horas de ontem a ressonância magnética foi realizada e deveremos retornar
ao GRAACC amanhã, 04 de junho pra saber do resultado.
Confesso que meu
coração está bem apertado. Não sei o que esse exame vai mostrar e peço muito
a Deus que não tenha relação com o tumor. A corrente de orações é gigantesca e
sei que Deus está no controle de tudo.
Dói muito ver um filho
que momentos antes estava correndo, pulando e brincado e agora está sem
mobilidade, sem conseguir andar ou manter-se de pé. Parece que dessa vez a
situação está mais intensa, pois o lado direito do corpo também ficou
comprometido, e braço e pernas estão “molinhos” e sem força. Percebo que meu
filho está preocupado, mas tento não transparecer a minha ansiedade e minhas
palavras e ações são de força e otimismo. Seguimos com as compressas de argila,
pois ele sabe que da outra vez ajudou muitos e vai ajudar agora também.
http://jornadacontraocancer.blogspot.com.br/2009/05/geoterapia-argiloterapia.html
http://jornadacontraocancer.blogspot.com.br/2009/05/geoterapia-argiloterapia.html
Ontem e hoje não foi à
escola, e nem sei como será nos próximos dias. Os professores e alunos então unidos
em coração para seu completo restabelecimento. Fazia 2 anos e meio que não
faltava à escola por motivo de doença, mas tenho fé que logo estará de volta e
poderá retomar sua vida normalmente.
Peço a todos que se
lembrem do meu Vitor nas orações. Nada sabemos quanto ao futuro, mas Deus
é soberano e confio que “se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele
nos ouve” (I João 5:14)
Lidionete, o Vitor e sua família estarão em minhas orações!
ResponderExcluirMuito obrigada Cíntia!!
Excluirgrande abraço