Radicais livres são moléculas que se encontram num estado de desequilíbrio próprio (desequilíbrio eletrônico, relativo ao número de elétrons na molécula).
A busca intensa pela estabilidade de suas cargas eletrônicas torna-os extremamente reativos, levando-os a reagir com qualquer outra molécula que lhe esteja mais próxima. Esta reação pode destruir completamente a célula, acarretando um processo degenerativo do tecido ou gerar alterações no DNA.
Todas as substâncias, produtos e radiações ditas cancerígeras têm como mecanismo de ação destrutiva os radicais livres.
Em médica, de 95 % a 98% do oxigênio que o nosso organismo absorve no processo de respiração é transformado em energia. Os 2% a 5% do oxigênio absorvido são transformados em radicais livres. Essa é uma proporção normal para o organismo que possui um eficiente sistema antioxidante e facilmente inibe os radicais livres formados. Quando os níveis de produção de radicais livres superam tais cifras, há um desequilíbrio denominado “estresse oxidativo” e os radicais livres formados em excesso terão que buscar seu equilíbrio por conta própria, gerando lesões degenerativas em algum tecido.
É justamente com os fatores que causam o aumento destas cifras que temos a capacidade de interagir de 2 formas:
1. Diminuindo nossa exposição a produtos, alimentos e situações que, comprovadamente, geram altos níveis de radicais livres no organismo, através da alimentação
2. Aumentando o fornecimento de antioxidantes ao organismo, também através da alimentação
Principais fontes de radicais livres
Dentre as principais fontes de radicais livres podemos citar:
- Carnes e gorduras
Principalmente quando grelhadas, tostadas, defumadas, por causa da maior quantidade de nitritos, que é precursor de radicais livres e que está presente nas pequenas crostas de carvão que se formam e na fumaça de carvão queimado.
OBS: A fumaça que levanta da gordura que pinga nas brasas e que pode envolver a carne, contém substâncias cancerígenas equivalentes à queima de 600 cigarros.
Há uns 2 anos atrás, eu ouvi esta afirmação de um médico que estava concedendo uma entrevista na radio CBN. Ele recomendava inclusive, ao se fazer churrasco, envolver a carne em “papel celofane” pra que a mesma não se impregnasse com estas substâncias. Fiquei impressionada na época. Lendo o livro “Câncer, o poder na alimentação na prevenção e tratamento (Carolina Bergerot e Paulo Gustavo Bergerot) encontrei também esta afirmação. É citado também no livro “A escolha dos Alimentos Contra o câncer “ Fagundes, L. A . et colls. Ed. Age Ltda, RS, 2001.- Agrotôxicos: excelentes geradores de radicais livres e potencialmente de câncer (ver artigo sobre Agrotôxicos))
- Fumo é o campeão
Além de possuir uma série de substâncias químicas fornecedoras de radicais livres que vão se acumulando nos alvéolos pulmonares, possui uma quantidade enorme (por cigarro) de metais pesados que não somente aumentam a produção de radicais livres, como também causam alterações no tecido elástico do pulmão e depositam-se nos rins (em nível glomerular), gerando problemas renais e hipertensão.
- RX e Radiação Ultra violeta
O mecanismo , nesse sentido, se dá no momento em que o raio atinge com determinada “força” certas moléculas que possuem um força de resistência menor que a da radiação recebida, de maneira que a molécula fique “quebrada” ou dividida. Dependendo do tipo de molécula que recebeu tal ação, as metades separadas (radicais livres), tentarão se juntar a qualquer outra molécula que lhe seja vizinha, ocasionando assim o dano. No caso dos raios ultra-violetas, que são emitidos pelo sol, como não possuem uma capacidade de penetração muito grande, os danos se restringem à pele. Já nos caso dos Raio X, dado o seu alto grau de penetração, podem comprometer células de tecidos mais profundos.
Hoje já existem tratamentos capazes de curar definitivamente alguns tipos de câncer com altas taxas de sucesso na erradicação completa desse mal.
Todavia, mesmo durante um tratamento , seja ele qual for ( quimioterapia, radioterapia, cirurgia, etc), existe a necessidade de um conjunto de mudanças de hábitos e costumes; nesses casos as mudanças são sempre mais drásticas e muitas vezes desagradáveis do que uma mudança adaptativa de um modo de vida visando uma prevenção. O que deveria ser entendido é que o médico e o medicamento desempenham um papel imprescindível, porém, se não existirem mudanças de hábitos (mudanças às vezes tão drásticas quanto a gravidade da doença) terão sua eficácia, em muito, reduzida.
O começo da melhora é não piorar. O sensato seria abandonarmos tudo que possa agravar um problema já existente. Porém, não devemos fazer disso um drama. O verdadeiro drama é outro.
Referências:
Câncer, o poder da alimentação na prevenção e tratamento (Carolne Bergerot e Paulo Gustavo Bergerot), páginas 19, 23, 43 - 46
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