Quero compartilhar com vocês as descobertas do Dr. Burkitt, médico pesquisador do Conselho Médico de Pesquisas da Inglaterra e autor de publicações nas mais conceituadas revistas Médicas Internacionais. Através de suas pesquisas, o Dr. Burkitt constatou que o câncer de cólon e reto, o 2º em freqüência nos Centros Urbanos e no mundo industrializado era quase que desconhecido nas zonas rurais da África.
Burkitt passou 20 anos na África, onde realizou suas pesquisas, descrevendo também um tipo raro de câncer do Sistema Linfático que levou o seu nome, dado por seus colegas, em sua homenagem: “Linfoma de Burkitt”. Ele publicou 6 artigos médicos de 1972 a 1975 sobre Nutrição na prevenção de doenças. Após as publicações pioneiras de Burkitt, foram publicados mais de 7 mil artigos sobre o assunto, além dos relatórios sob a forma de livros da Academia Nacional de Ciências dos EUA e da Organização Mundial de Saúde.
Burkitt percebeu que o africano rural evacuava cerca de 500g de fezes pastosas, sem esforço, 1 vez ao dia e que as população de áreas industrializadas do mundo evacuava cerca de 90 g de fezes duras, concentradas, com esforço, ao dia. Então centralizou suas pesquisas em diferenças na alimentação entre as 2 populações.
Descobriu que a principal diferença era que os africanos usavam cereais integrais, principalmente o milho e os habitantes de áreas industrializadas usavam cereais refinados, basicamente arroz e trigo. Também os africanos usavam maior proporção de legumes e verduras e menor proporção e freqüência de alimentos animais.
Constatou Burkitt que o refinamento dos cereais remove a principal fonte de fibras alimentares da dieta. O africano rural, come em médica 30g de fibras por dia e os de região industrializadas 10 g por dia.
Sabendo que as fibras influem no peristaltismo intestinal, Burkitt estudou as diferenças entre o trânsito intestinal dos africanos rurais e dos habitantes de áreas industrializadas, pelo método de Hinton em 1000 pessoas. Este método consiste em se ingerir 24 comprimidos opacos ao RX. As evacuações são colhidas em sacos plásticos e radiografadas, contando-se os comprimidos que vão sendo eliminados. O africano rural tinha trânsito gastro intestinal de 15 a 17 horas e os habitantes de áreas industrializadas 72 a 80 horas. As pessoas com dieta mista usando cereais integrais e cereais refinados como os estudantes em Uganda e vegetarianos no Reino Unido tinham tempo de trânsito intestinal intermediário entre 35 e 40 horas. Burkitt constatou também que os africanos rurais eliminam 30% mais sais biliares nas fezes do que as populações de áreas industrializadas. Depois deste estudo, constatou-se:
1. Como a deficiência de fibras retarda o trânsito gastro intestinal, provoca estase de sais biliares nos colons. A falta de fibras e o uso de cereais refinados e açúcar provoca a prevalência de flora bacteriana anaeróbica nos colons. Esta flora anaeróbica agindo sobre os sais biliares, os degrada quimicamente a colatos que são cancerígenos. Devido à estase, estes cancerígenos permanecem tempo prolongado em contato com a mucosa do cólon e do reto causando risco para o aparecimento do câncer de cólon e reto. A incidência é maior quanto maior o grau de refinamento dos cereais, uso de produtos animais e diminuição de uso de vegetais.
2. Um dos produtos de degradação dos sais biliares pela flora anaeróbica, denominada litocolato, é absorvido e por via circulatória retorna ao fígado ocasionando diminuição na produção de sais biliares e consequentemente, menor utilização do colesterol da circulação, a partir do qual são formados os sais biliares
3. Os cereais refinados são espoliados em nutrientes, induzindo a população a um aumento compensatório no uso de alimentos animais, notadamente, queijo, manteiga carne, aumentando o teor de gorduras saturadas, colesterol e sódio na dieta
4. A deficiência de fibras na dieta, propicia maior absorção para o sangue de gorduras, pelo trânsito mais lento, e porque as fibras iriam absorver ou aderir às gorduras impedindo sua absorção para a circulação e eliminando-as com as fezes, pois as fibras não são absorvidas
5. As fezes endurecidas formam uma pedrinha de fezes denominada fecalito, que indo ao interior do apêndice chamar-se-á apendicolito. Causando comrepssão no local, este apendicolito causa deficiência circulatória e na oxigenação para a ponta do aêndice, criando condições de baixas defesas locais para a flora anaeróbica, que é muito perigosa, causar a Apendicite aguda e a perfuração do Apêndice causando a Peritonite
Foram inúmeras as constatações do Dr. Burkitt, e resumidamente , a dieta com cereais refinados pode contribuir também para causar diverticulite, cálculos de vesícula, varizes nos membros inferiores, tromboflebite, embolia pulmonar, hérnias de hiato, refluxo gastro-esofageano, hemorróidas, obesidade, etc.
Fontes Utilizadas:
- ANTICÂNCER – PREVENIR E VENCER USANDO NOSSAS DEFESAS NATURAIS – Dr. David Servan-Schreiber – Editora Fontanar
- UMA CÉLULA RENEGADA – COMO O CÂNCER COMEÇA - Robert A . Weinberg – Editora Ciência Atual Rocco
-PREVENÇÃO DE DOENÇAS CRÔNICAS – O MELHOR INVESTIMENTO – ALIMENTAÇÃO QUE EVITA O CÂNCER E OUTRAS DOENÇAS - Dr. Sidney Federman – Editora Minuano
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