sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sharm El Sheikh, Egito

Depois de 3 maravilhosos dias na Capadócia, chegou o momento de irmos embora e seguirmos adiante nosso roteiro.

Fomos de van de Goreme até o aeroporto de Kayseri. No caminho, paramos na estrada para tirar fotos de um vulcão inativo, coberto de neve.


O vulcão inativo, mais de perto

Em Kayseri, pegamos um avião e no caminho, observamos lá do alto as montanhas cobertas de neve. Após 1 hora de voo, chegamos em Istambul.



Em Istambul, desembarcamos no aeroporto Sabiha Gokcen, que fica na parte asiática da cidade e nosso voo para o Egito sairia do aeroporto de Ataturk, distante uns 100 quilômetros dali. Ainda no Brasil, reservei todos os transferes através da empresa "Tour Otto" ( http://www.turkeytravelchart.com/en/airport-transfer-service.html ) Deu tudo certo e lá estava o motorista nos aguardando com a plaquinha escrito “Lidionete”.

Era sábado à noite e constatamos o quanto Istambul é uma cidade grande e moderna. Vários shoppings e centros de compras pelo caminho, com suas luzes piscantes.

No aeroporto de Ataturk, embarcamos para Sharm el Sheikh, no Egito e após umas 2 horas e meia de voo chegamos.


Nosso grupo de família e amigos. Quantos momentos maravilhosos desfrutamos juntos!!Da esquerda para a direta, Joilton, Samantha, Tico, minha mãe Izalina, meu esposo Fernando, Cristiane, Samuel, meus filhos Bruno, Davi e Vitor, eu e minha irmã Midia que tirou a foto

Assim que desembarcamos no aeroporto, veio uma pessoa nos procurar perguntando se éramos o grupo de brasileiros... Reservei os transferes e passeios no Egito através da empresa Aqua Blue Sharm ( http://www.aquabluesharm.com/ ), e desde o início foram muito atenciosos e solícitos. Essa pessoa nos ajudou com o visto e encaminhou-nos até a van. Lá fora, tivemos nosso primeiro contato com o guia Ehab Ibrahim, cujo apelido era "Biboo", um rapaz egípcio de Alexandria, mas que tinha estudado espanhol no Cairo e agora era guia em Sharm el Sheikh, um simpático balneário turístico, localizado ao sul da península do Sinai, a pouco mais de 500 km da capital, Cairo.

Chegamos ao hotel Cataract Sharm Resort, que eu tinha reservado e pago através da Decolar e já era madrugada. Esse foi um momento crítico na nossa viagem, pois o gerente não encontrava as nossas reservas. Após algum tempo, ele encontrou nos seus e-mails a confirmação de 3 dos 4 quartos que tínhamos reservado. Foram momentos bem estressantes, pois não falamos árabe e nosso inglês é pífio e o deles também. A saída foi falar com a decolar no Brasil através do skype, e segundo eles, a confusão era do Hotel, pois estava tudo certo com nossa reserva. O gerente era meio “Caxias” e passamos algumas horas na recepção tentando resolver a situação... Ele só liberou a chave desse 4º quarto quando recebeu um e-mail da Hotelbeds, a operadora européia parceira da Decolar...

Bom, passado o nervoso, a situação estava resolvida e pudemos enfim descansar.

No site de reservas, o Hotel Cataract era classificado como Resort all  Inclusive 4 estrelas, mas ao nos depararmos com as acomodações, estava bem aquém do que considera-se 4 estrelas no Brasil. Acredito que no Egito os padrões de classificação sejam diferentes...


Mas as áreas comuns do hotel são muito boas. Piscinas excelentes, restaurante e comida boa e o melhor de tudo, a praia particular às margens do mar vermelho com cadeiras de praia e guarda-sol exclusivos para os hóspedes. Lugar muito gostoso e agradável.


Vitor descansando às margens do mar vermelho.

À noite, durante o jantar, podíamos assistir apresentações artísticas, como música, danças folclóricas e outras coisas.

Tinha também uma quadra de vôlei de praia e foram vários jogos com os russos...Na foto ao lado, meus filhos Bruno e Davi, o Samuel e meu esposo Fernando, jogando com os russos.

Sharm el Sheikh é uma cidade às margens do mar Vermelho que já esteve sob o controle de Israel por um período, mas foi devolvida ao Egito em 1982 e hoje sobrevive do turismo. É uma “Las Vegas” do Egito, claro que muitas vezes menos luxuosa que a Las Vegas americana, que também foi construída no meio do deserto.

Viajamos para o Egito com certa apreensão, pois as notícias dos conflitos dos últimos dias não eram boas... Muitos mortos praticamente todos os dias e a Irmandade Muçulmana convocou seus partidários para protestos continuados durante o mês de janeiro, justamente no período da nossa viagem. Eles estavam revoltados, pois foram considerados como organização terrorista e queriam a todo custo voltar ao poder.

Durante os dias que estivemos no Egito, conversamos sobre política com várias pessoas, e perguntávamos se eles eram a favor de Hosni Mubarak ou Mohammed Morsi e a resposta sempre era a favor dos militares. Segundo eles, durante o tempo que o presidente da irmandade muçulmana esteve no poder, a situação piorou para o povo.

Sharm el Sheikh foi ponto de partida para vários passeios que fizemos e toda vez que nos deslocávamos passávamos por muitas barreiras policiais, com o exército nas ruas, fortemente armados.

Em 2005, Sharm el Sheikh foi palco de um sangrento ataque terrorista, promovido pela Al- Qaeda, deixando 88 mortos.. Foram 3 explosões seguidas, deflagradas por homens bombas. Uma das explosões foi num hotel que ficou praticamente destruído e descobrimos que esse hotel ficava quase em frente do hotel que nos hospedamos. Mas segundo o governo egípcio, atualmente Sharm El Sheikh é a cidade mais segura do Egito. Ela fica distante do Cairo, que é a cidade que tem acontecido a maioria dos protestos recentes. E pudemos constatar isso... Cidade tranqüila, de clima agradável, povo amistoso e cordial.

O Egito é um país muçulmano, cuja cultura é bem diferente do mundo ocidental. Há milhares de mesquitas por todo país, com torres que amplificam os sinais sonoros que avisam os horários das 5 orações diárias, sendo a primeira às 05:00 horas da manhã.


Outra coisa interessante é com relação às mulheres, que usam aquelas roupas que cobrem todo o corpo (burcas). 


Mulheres muçulmanas curtindo o mar Vermelho



Em Sharm el Sheikh, não encontramos mulheres trabalhando nos hotéis e comércios... Recepcionista, telefonista, camareiro, faxineiro, cozinheiro, garçom, caixa, etc, todos homens!! Já no Cairo, encontramos mulheres trabalhando e vou relatar em outra postagem.

E como esses homens fumam... Fumam muito!! Em todo lugar no Egito, também em Istambul e Capadócia, na Turquia. Muito diferente daqui do Brasil ou Estados Unidos, onde existem leis anti-tabagismo. Na Europa também há muitos fumantes, mas no Egito e Turquia é muito mais.

Uma prática muito cruel que ainda acontece com as mulheres no Egito é a "mutilação genital feminina", que consiste numa cirurgia rudimentar para retirada do clitóris e em alguns casos também a extirpação dos lábios que circundam a vulva das meninas, quando estes são grossos. É uma prática proibida já a alguns anos, com penalidade de prisão de até dois anos e multa, mas continua acontecendo clandestinamente, principalmente em regiões rurais e segundo estatísticas, afeta 90% das mulheres egípcias.

No Egito casamentos poligâmicos são permitidos e um homem pode ter até 4 esposas, desde que trate a todas com respeito, seja justo e tenha condições de sustentá-las. Nem todos os países muçulmanos essa prática é permitida... Na Turquia, por exemplo é proibida.

Outra coisa interessante que percebemos no Egito é com relação aos nomes. Tivemos impressão que a maioria dos homens se chama Mohammad ou Ibrahim... Será em homenagem ao profeta Maomé e também Abraão, pai de Ismael e Isaque, ascendente dos árabes e judeus? Deve ser por isso, com certeza!

Sharm el Sheikh recebe turistas o ano todo e a imensa maioria são de russos. Durante os 11 dias que ficamos lá, nos sentimos na Rússia. Brasileiros ou latinos não se encontra em Sharm el Sheikh... O nosso guia Biboo nos disse que fazia tempo que queria treinar o seu espanhol, mas não tinha como. Já europeus, especialmente os italianos, visitam Sharm el Sheikh com freqüência. É de se esperar que europeus e russos fujam do inverno rigoroso e vão para lá desfrutar do clima quente e do sol, afinal, são poucas horas de voo e a desvalorização da libra egípcia diante do euro, é outro ponto que torna a viagem bem barata e atrativa.

O povo egípcio é muito parecido com o povo brasileiro, pois apesar da vida difícil, é simpático e sorridente. Fizemos amizade com garçons, atendentes, camareiros e todos apreciam muito o Brasil e as primeiras palavras que falam quando descobrem que somos brasileiros é “Ronaldo”, “Kaká”, "Thiago Silva", "Daniel Alves", "Neymar" e assim por diante... Amam a camisa verde e amarela do Brasil e meu marido teve que dar a dele para um garçom que ficou extasiado de tanta felicidade.

Sharm el Sheikh é uma cidade com clima bastante agradável no inverno. Saímos do frio da Turquia e encontramos um sol brilhando e temperatura de 20-25 graus. Mas ouvimos que no verão o calor é insuportável, podendo chegar a 40 e até 50 graus!

O Mar Vermelho é lindo!! Corais, águas límpidas, repletas dos mais variados tipos de peixes coloridos. É um dos melhores lugares do mundo para a prática do mergulho.


Águas límpidas e cristalinas do mar Vermelho.


Foi neste mar, que de acordo com o relato bíblico de Êxodo 14:15-25, após Deus pedir para Moisés levantar o bordão e estender a mão sobre o mar, ele foi dividido para que o povo de Israel passasse em seco em meio às paredes de água! A bíblia é repleta de milagres, mas este do mar vermelho é um dos mais impressionantes. Claro que ao vermos o mar vermelho pela primeira vez nos lembramos dos feitos desse Deus maravilhoso, de poder inigualável, que se preciso for, abre o mar para socorrer Seus filhos.

Nas próximas postagens falarei sobre nossos passeios a partir de Sharm el Sheikh...



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