domingo, 29 de junho de 2014

Mar Morto, Israel

Conhecer Israel era um sonho de todos do nosso grupo. Acho que o ponto alto da nossa viagem foi passar por onde Jesus passou e sentir toda essa emoção, que é indescritível.

Saímos de Sharm el Sheik (Egito) no dia 20/01/14, por volta das 20:30 da noite, num comboio de vários ônibus lotados de turistas. Como já mencionei, a maioria dos turistas que visitam Sharm el Sheikh é de russos e em segundo lugar, europeus. Americanos e latinos? Não vimos nenhum e muito menos brasileiros.

A razão do comboio era para garantir a segurança dos turistas, tendo em vista que é uma região meio tensa, ainda mais com os conflitos recentes ocorrendo no Egito.

E estrada é em meio ao deserto e passamos por várias barreiras policiais.

Taba é uma cidade egípcia que faz fronteira com Eilat, em Israel e também com Aqaba, na Jordânia. Chegamos em  Taba por volta da meia noite e os ônibus formaram uma fila e os passageiros teriam que descer e passar as fronteiras à pé e somente do outro lado, já em Israel, pegar um outro ônibus que estaria nos aguardando.

Foram várias horas nesse processo. A fila da imigração israelense estava enorme e ficamos lá, todo esse tempo de pé.  Os oficiais são muito criteriosos, por isto que demora tanto tempo pra liberar quem pode ou não entrar em Israel.

Já eram quase cinco horas da manhã quando todos do nosso ônibus foram liberados e pudemos então, seguir viagem.

Logo amanheceu e pudemos ver pela primeira vez a paisagem israelense, mais precisamente o "Vale de Arava", região desértica, montanhosa e já dava para sentir que estávamos num local especial, que foi cenário de muitos relatos bíblicos. Segundo historiadores, na época do rei Salomão, essa região foi um centro de produção de cobre, havendo várias minas que produziam esse metal.

Por volta das oito da manhã chegamos ao mar morto, considerado o ponto mais profundo de todo planeta, pois localiza-se a mais de 400 metros abaixo do nível do mar!

Claro que entramos nas águas do mar morto e a primeira sensação é de uma água pegajosa e escorregadia. Essas águas são famosas pelas propriedades medicinais, por causa da quantidade incomum de minerais saudáveis.  A quantidade de sal também é enorme, cerca de 10 vezes mais que os outros oceanos. Olhos e machucados em contato com essas águas ardem muito e meu marido teve essa experiência, pois quando entrou na água lavou o rosto por instinto e a dor foi imensa, não conseguindo abrir os olhos por alguns minutos.

O historiador judeu Flávio Josefo identifica o mar morto na proximidade geográfica da antiga cidade de Sodoma, que foi destruída e a mulher de Ló se tornou numa estátua de sal...

Pudemos confirmar também que qualquer pessoa flutua no mar morto. É uma sensação única.






Na realidade, o mar morto é um grande lago. Ele á alimentado pelo rio Jordão, que banha a Jordânia e Israel. Sua largura máxima é de 18 km e nos últimos anos perdeu 1/3 da sua superfície por causa da captação das águas do rio Jordão (única fonte de água doce da região), por parte das autoridades da Jordânia e de Israel, Qualquer peixe vindo do rio Jordão morre imediatamente assim que deságua neste lago de água salgada.

Várias seitas judaicas viviam  em cavernas com vista para o mar morto. Entre eles os essênios de Qumran e foi em 1947, que descobriu-se os famosos “Manuscritos do Mar Morto”, uma achado arqueológico extraordinário que ajuda a confirmar a veracidade da Bíblia.

Em referência aos "Manuscritos do Mar Morto", um  dos que merece maior destaque é o rolo do livro de Isaías, que foi escrito centenas de anos antes do nascimento de Jesus e que trás profecias reveladores acerca do Messias. O professor Julio Trebolle Barrera, membro da equipe internacional de especialistas, declarou: " O Rolo de Isaias (de Qumran) fornece prova irrefutável de que a transmissão do texto bíblico, durante um período de mais de mil anos pelas mãos de copistas judeus, foi extremamente fiel e cautelosa" O rolo mencionado por Barrera trata-se de uma peça com 7 metros de comprimento, em aramaico, contendo o inteiro livro de Isaías.

Depois do mar morto, seguimos pelo deserto da Judeia com destino a Jerusalém. Muitas histórias vem à mente  admirando aquelas paisagens...


Foi nessa região que Davi se refugiou numa caverna, tentando escapar de Saul que o perseguia. Teve a oportunidade de matá-lo, pois Saul encontrava-se vulnerável, “aliviando seu ventre”, mas nada vez e apenas cortou um pedaço do seu manto, deixando um sinal de que estivera tão perto e não se vingou.

Após mais alguns quilômetros, chegamos em Jerusalém e falarei a respeito numa outra postagem...


Deserto da Judeia e vista do Mar Morto



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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sharm El Sheikh, Egito

Depois de 3 maravilhosos dias na Capadócia, chegou o momento de irmos embora e seguirmos adiante nosso roteiro.

Fomos de van de Goreme até o aeroporto de Kayseri. No caminho, paramos na estrada para tirar fotos de um vulcão inativo, coberto de neve.


O vulcão inativo, mais de perto

Em Kayseri, pegamos um avião e no caminho, observamos lá do alto as montanhas cobertas de neve. Após 1 hora de voo, chegamos em Istambul.



Em Istambul, desembarcamos no aeroporto Sabiha Gokcen, que fica na parte asiática da cidade e nosso voo para o Egito sairia do aeroporto de Ataturk, distante uns 100 quilômetros dali. Ainda no Brasil, reservei todos os transferes através da empresa "Tour Otto" ( http://www.turkeytravelchart.com/en/airport-transfer-service.html ) Deu tudo certo e lá estava o motorista nos aguardando com a plaquinha escrito “Lidionete”.

Era sábado à noite e constatamos o quanto Istambul é uma cidade grande e moderna. Vários shoppings e centros de compras pelo caminho, com suas luzes piscantes.

No aeroporto de Ataturk, embarcamos para Sharm el Sheikh, no Egito e após umas 2 horas e meia de voo chegamos.


Nosso grupo de família e amigos. Quantos momentos maravilhosos desfrutamos juntos!!Da esquerda para a direta, Joilton, Samantha, Tico, minha mãe Izalina, meu esposo Fernando, Cristiane, Samuel, meus filhos Bruno, Davi e Vitor, eu e minha irmã Midia que tirou a foto

Assim que desembarcamos no aeroporto, veio uma pessoa nos procurar perguntando se éramos o grupo de brasileiros... Reservei os transferes e passeios no Egito através da empresa Aqua Blue Sharm ( http://www.aquabluesharm.com/ ), e desde o início foram muito atenciosos e solícitos. Essa pessoa nos ajudou com o visto e encaminhou-nos até a van. Lá fora, tivemos nosso primeiro contato com o guia Ehab Ibrahim, cujo apelido era "Biboo", um rapaz egípcio de Alexandria, mas que tinha estudado espanhol no Cairo e agora era guia em Sharm el Sheikh, um simpático balneário turístico, localizado ao sul da península do Sinai, a pouco mais de 500 km da capital, Cairo.

Chegamos ao hotel Cataract Sharm Resort, que eu tinha reservado e pago através da Decolar e já era madrugada. Esse foi um momento crítico na nossa viagem, pois o gerente não encontrava as nossas reservas. Após algum tempo, ele encontrou nos seus e-mails a confirmação de 3 dos 4 quartos que tínhamos reservado. Foram momentos bem estressantes, pois não falamos árabe e nosso inglês é pífio e o deles também. A saída foi falar com a decolar no Brasil através do skype, e segundo eles, a confusão era do Hotel, pois estava tudo certo com nossa reserva. O gerente era meio “Caxias” e passamos algumas horas na recepção tentando resolver a situação... Ele só liberou a chave desse 4º quarto quando recebeu um e-mail da Hotelbeds, a operadora européia parceira da Decolar...

Bom, passado o nervoso, a situação estava resolvida e pudemos enfim descansar.

No site de reservas, o Hotel Cataract era classificado como Resort all  Inclusive 4 estrelas, mas ao nos depararmos com as acomodações, estava bem aquém do que considera-se 4 estrelas no Brasil. Acredito que no Egito os padrões de classificação sejam diferentes...


Mas as áreas comuns do hotel são muito boas. Piscinas excelentes, restaurante e comida boa e o melhor de tudo, a praia particular às margens do mar vermelho com cadeiras de praia e guarda-sol exclusivos para os hóspedes. Lugar muito gostoso e agradável.


Vitor descansando às margens do mar vermelho.

À noite, durante o jantar, podíamos assistir apresentações artísticas, como música, danças folclóricas e outras coisas.

Tinha também uma quadra de vôlei de praia e foram vários jogos com os russos...Na foto ao lado, meus filhos Bruno e Davi, o Samuel e meu esposo Fernando, jogando com os russos.

Sharm el Sheikh é uma cidade às margens do mar Vermelho que já esteve sob o controle de Israel por um período, mas foi devolvida ao Egito em 1982 e hoje sobrevive do turismo. É uma “Las Vegas” do Egito, claro que muitas vezes menos luxuosa que a Las Vegas americana, que também foi construída no meio do deserto.

Viajamos para o Egito com certa apreensão, pois as notícias dos conflitos dos últimos dias não eram boas... Muitos mortos praticamente todos os dias e a Irmandade Muçulmana convocou seus partidários para protestos continuados durante o mês de janeiro, justamente no período da nossa viagem. Eles estavam revoltados, pois foram considerados como organização terrorista e queriam a todo custo voltar ao poder.

Durante os dias que estivemos no Egito, conversamos sobre política com várias pessoas, e perguntávamos se eles eram a favor de Hosni Mubarak ou Mohammed Morsi e a resposta sempre era a favor dos militares. Segundo eles, durante o tempo que o presidente da irmandade muçulmana esteve no poder, a situação piorou para o povo.

Sharm el Sheikh foi ponto de partida para vários passeios que fizemos e toda vez que nos deslocávamos passávamos por muitas barreiras policiais, com o exército nas ruas, fortemente armados.

Em 2005, Sharm el Sheikh foi palco de um sangrento ataque terrorista, promovido pela Al- Qaeda, deixando 88 mortos.. Foram 3 explosões seguidas, deflagradas por homens bombas. Uma das explosões foi num hotel que ficou praticamente destruído e descobrimos que esse hotel ficava quase em frente do hotel que nos hospedamos. Mas segundo o governo egípcio, atualmente Sharm El Sheikh é a cidade mais segura do Egito. Ela fica distante do Cairo, que é a cidade que tem acontecido a maioria dos protestos recentes. E pudemos constatar isso... Cidade tranqüila, de clima agradável, povo amistoso e cordial.

O Egito é um país muçulmano, cuja cultura é bem diferente do mundo ocidental. Há milhares de mesquitas por todo país, com torres que amplificam os sinais sonoros que avisam os horários das 5 orações diárias, sendo a primeira às 05:00 horas da manhã.


Outra coisa interessante é com relação às mulheres, que usam aquelas roupas que cobrem todo o corpo (burcas). 


Mulheres muçulmanas curtindo o mar Vermelho



Em Sharm el Sheikh, não encontramos mulheres trabalhando nos hotéis e comércios... Recepcionista, telefonista, camareiro, faxineiro, cozinheiro, garçom, caixa, etc, todos homens!! Já no Cairo, encontramos mulheres trabalhando e vou relatar em outra postagem.

E como esses homens fumam... Fumam muito!! Em todo lugar no Egito, também em Istambul e Capadócia, na Turquia. Muito diferente daqui do Brasil ou Estados Unidos, onde existem leis anti-tabagismo. Na Europa também há muitos fumantes, mas no Egito e Turquia é muito mais.

Uma prática muito cruel que ainda acontece com as mulheres no Egito é a "mutilação genital feminina", que consiste numa cirurgia rudimentar para retirada do clitóris e em alguns casos também a extirpação dos lábios que circundam a vulva das meninas, quando estes são grossos. É uma prática proibida já a alguns anos, com penalidade de prisão de até dois anos e multa, mas continua acontecendo clandestinamente, principalmente em regiões rurais e segundo estatísticas, afeta 90% das mulheres egípcias.

No Egito casamentos poligâmicos são permitidos e um homem pode ter até 4 esposas, desde que trate a todas com respeito, seja justo e tenha condições de sustentá-las. Nem todos os países muçulmanos essa prática é permitida... Na Turquia, por exemplo é proibida.

Outra coisa interessante que percebemos no Egito é com relação aos nomes. Tivemos impressão que a maioria dos homens se chama Mohammad ou Ibrahim... Será em homenagem ao profeta Maomé e também Abraão, pai de Ismael e Isaque, ascendente dos árabes e judeus? Deve ser por isso, com certeza!

Sharm el Sheikh recebe turistas o ano todo e a imensa maioria são de russos. Durante os 11 dias que ficamos lá, nos sentimos na Rússia. Brasileiros ou latinos não se encontra em Sharm el Sheikh... O nosso guia Biboo nos disse que fazia tempo que queria treinar o seu espanhol, mas não tinha como. Já europeus, especialmente os italianos, visitam Sharm el Sheikh com freqüência. É de se esperar que europeus e russos fujam do inverno rigoroso e vão para lá desfrutar do clima quente e do sol, afinal, são poucas horas de voo e a desvalorização da libra egípcia diante do euro, é outro ponto que torna a viagem bem barata e atrativa.

O povo egípcio é muito parecido com o povo brasileiro, pois apesar da vida difícil, é simpático e sorridente. Fizemos amizade com garçons, atendentes, camareiros e todos apreciam muito o Brasil e as primeiras palavras que falam quando descobrem que somos brasileiros é “Ronaldo”, “Kaká”, "Thiago Silva", "Daniel Alves", "Neymar" e assim por diante... Amam a camisa verde e amarela do Brasil e meu marido teve que dar a dele para um garçom que ficou extasiado de tanta felicidade.

Sharm el Sheikh é uma cidade com clima bastante agradável no inverno. Saímos do frio da Turquia e encontramos um sol brilhando e temperatura de 20-25 graus. Mas ouvimos que no verão o calor é insuportável, podendo chegar a 40 e até 50 graus!

O Mar Vermelho é lindo!! Corais, águas límpidas, repletas dos mais variados tipos de peixes coloridos. É um dos melhores lugares do mundo para a prática do mergulho.


Águas límpidas e cristalinas do mar Vermelho.


Foi neste mar, que de acordo com o relato bíblico de Êxodo 14:15-25, após Deus pedir para Moisés levantar o bordão e estender a mão sobre o mar, ele foi dividido para que o povo de Israel passasse em seco em meio às paredes de água! A bíblia é repleta de milagres, mas este do mar vermelho é um dos mais impressionantes. Claro que ao vermos o mar vermelho pela primeira vez nos lembramos dos feitos desse Deus maravilhoso, de poder inigualável, que se preciso for, abre o mar para socorrer Seus filhos.

Nas próximas postagens falarei sobre nossos passeios a partir de Sharm el Sheikh...



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terça-feira, 24 de junho de 2014

17 JAN 2014 - Passeio de Balão na Capadócia

O voo de balão foi um dos momentos mais mágicos da nossa viagem. Um dos pontos altos do passeio à Capadócia é o famoso passeio de balão, pois lá é uma região muito propícia para esse tipo de aventura. O clima ajuda, pois tanto no inverno quanto no verão, não tem ventos fortes, tornando o passeio agradável e seguro.

Eu havia feito as reservas dos vôos aqui do Brasil, e já tinha conseguido um bom preço, comparado com outros guias e sites, mas chegando lá, conseguimos preço melhor ainda. São várias empresas que organizam esses vôos e todas as manhãs o céu da Capadócia fica repleto de balões. Só de olhar já é lindo, então imagina estar em um deles!

Tivemos que acordar bem cedo, pois por volta das 5 e pouco da manhã uma van nos pegou no Hotel e nos levou para um local para o desjejum. 
Depois ficamos observando os balões serem enchidos e preparados. É muito legal, pois é gigante, movido a ar quente e carrega um grande cesto que cabe mais de 20 pessoas e voa bastante alto!!

Chegou nosso momento de embarcar nesta aventura e parecia que o coração iria saltar pela boca! Claro que veio à nossa mente o acidente ocorrido alguns meses antes,  quando o cesto de um balão encostou em outro balão, que ficou desgovernado e caiu, matando 3 brasileiros e deixando outros mais de 20 feridos... São fatalidades que acontecem e não tem como prever.

Graças a Deus correu tudo bem com nosso passeio. Nosso grupo é muito animado e por coincidência, tinha um casal de brasileiros no nosso balão, da região metropolitana de São Paulo e mais uma coincidência:
o marido também é corretor de seguros, igual meu marido.

O piloto e co-piloto adoraram nosso grupo e ao final disseram que nunca tinham pegado um grupo tão legal... Tinha até wifi durante o vôo e minha irmã postou uma foto lá das alturas.

Foi lindo quando admiramos o nascer do sol... Beleza incomparável aquela paisagem única, o sol despontando e os outros balões no horizonte só embelezavam ainda mais.

Lá de cima pudemos observar algumas marcas no solo, que indicavam que num passado não tão distante foram caminhos de rios. É uma região que passou por muitas mudanças nas últimas décadas e séculos.

Segundo o piloto, atingimos mais de 5000 pés, que equivale a quase 2 quilômetros de altura!







Após uma hora e pouco, nosso passeio chegou ao fim e nosso balão aterrizou em segurança.

Já no chão, teve um momento de confraternização e comemoramos com champanhe (sem álcool) que nos foi oferecida em taças. Também recebemos um certificado, que guardaremos com o maior carinho.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Capadócia: lugar indescritível!

No mês de janeiro é inverno na Turquia, e além do frio, também neva. Uma semana antes de viajarmos nevou na região, mas quando chegamos, o clima já tinha melhorado e encontramos temperatura entre 3 a 7 graus em Istambul e -2 a 4 na região da Capadócia. Foi tranqüilo, pois usamos casaco, luvas, gorro e deu pra aproveitar todos os passeios ao ar livre.

Pegamos o avião em Istambul logo cedo e cerca de 1 hora depois desembarcamos no aeroporto de Kayseri, uma cidade  cerca de 70 km de Goreme, onde nos hospedamos. Essa cidade já se chamou “Cesaréia” durante o reinado de Tibério.

Já nos aguardava o Muco, um guia muito legal, que acertamos desde aqui do Brasil, através do Sercan  (kaymakyemez (kaymakyemez@hotmail.com) .

A Capadócia é um lugar de beleza impressionante, diferente de tudo  que já vimos no mundo. O nome “Capadócia” quer dizer “terra dos belos cavalos” e esta região foi habitada  a centenas de anos por várias civilizações como os hititas e outros povos de origem da Europa e Ásia.

Por volta do ano 300 AC, Alexandre o Grande esteve na região e no início da era cristã, o apóstolo Paulo, e foi roteiro nas suas 2ª e 3ª viagens missionárias. Inclusive muitas das igrejas que ele visitou ficam nas redondezas.

Dizem que na Capadócia as paisagens são "lunares”, e essa característica única é resultado de séculos de fenômenos vulcânicos e da erosão. Dizem também que demorou milhares de anos até ficar do jeito que é hoje, mas como criacionista, acredito de outra forma... Acredito que são resultado de fenômenos vulcânicos decorrentes de uma grande catástrofe hídrica global (o Dilúvio), que aconteceu no planeta a pouco mais de 4000 anos... Inclusive, segundo o relato bíblico a arca parou num monte chamado Ararat, que por coincidência fica a aproximadamente 700 Km da Capadócia e atualmente é completamente congelado e inacessível ao homem.

Na Capadócia, as rochas são macias, o suficiente para para permitir que as pessoas cavassem as suas moradias para nelas habitar. Não só as moradias, como também igrejas, salões, condomínios e cidades subterrâneas, que inclusive há várias na região, atingindo até 9 níveis abaixo do solo e abrigavam até 20.000 pessoas.


É uma região que é habitada desde mais de 3000 anos antes de Cristo, até os dias atuais, pois muitas pessoas continuam morando nas rochas / cavernas, que hoje conta com energia elétrica, água encanada, TV a cabo, telefone, garagem para o carro, etc. É muito surreal e impressionante!

Iniciamos nosso passeio pela Capadócia conhecendo o “Vale da Imaginação”, onde as rochas se parecem com animais e com o que queremos imaginar...

Outro lugar interessante é “Pasabag”, pois as rochas parecem cogumelos, com corpo e chapéu na parte superior.

Visitamos também uma das cidades subterrâneas que tem na região, chamada “Ozkonak”. Foi um passeio incrível, pois pudemos sentir um pouquinho de como era a vida das pessoas que habitavam ali. Um lugar de clima  agradável o tempo todo, pois no inverno é aquecido e no verão, fresco. Tem sistema de ventilação e de iluminação. Em muitas ocasiões, esses lugares foram utilizados para esconder-se dos inimigos... Era possível ficar meses lá dentro antes de serem descobertos. Os cristãos da época da perseguição também usaram essas cavernas como refúgio... Tinha tudo lá dentro, como estábulos, padarias, poços de água, armazém e tudo que eles precisavam para viver um bom tempo sem subir à superfície. Do lado de fora, é impossível imaginar que embaixo dos pés há uma cidade que poderia abrigar até 20.000 pessoas!

No primeiro dia, nosso almoço foi numa vila chamada “Avanos”, num restaurante maravilhoso às margens de um rio  chamado "Vermelho", que é o mais longo rio da Turquia. Simplesmente amamos a comida. Eu pedi um cozido de vegetais, acompanhado de pão turco e me dá água na boca de lembrar o sabor. Os que não são vegetarianos pediram carneiro e também disseram que estava muito bom.

Depois do almoço, visitamos uma olaria e foi um passeio bem divertido. Primeiro, tivemos uma demonstração de como eram feitos os utensílios de cerâmica antigamente. O oleiro colocava o barro num suporte giratório, acionado pelos pés e ia moldando a peça com as mãos. Em poucos minutos, fez uma “jarra de lágrimas”, que segundo a tradição, as esposas ofereciam aos seus maridos quando estes retornavam de longas viagens ou guerras. Ali eram guardadas (simbolicamente) todas as lágrimas choradas durante a ausência do marido... Que presente valioso, não é mesmo?

Depois da demonstração do oleiro, uma pessoa do nosso grupo teve a oportunidade de sentir-se oleiro por alguns minutos, mas parece que não deu muito certo... Nosso amigo Joilton precisa treinar muuito para ocupar este posto...


Todas as cerâmicas produzidas nesta olaria são feitas manualmente e pudemos conhecer um pouquinho desse tão minucioso trabalho.


Depois do desenho feito, vem a pintura, também artesanal.

Na Capadócia, nos hospedamos no Hotel Kayatas, que é uma pousada familiar e alguns quartos são na rocha. 


O que ficamos era na rocha e foi muito legal sentir-se morando numa caverna, mesmo que por pouco tempo...






Chegamos na Capadócia na quita-feira, dia 16/01 e ficamos até o sábado, dia 18/01. Foi pouco tempo, mas foram dias bem intensos e deliciosos.

Outro local imperdível para visitar é o museu a céu aberto de Goreme. São várias capelas e igrejas nas cavernas, escavadas nas rochas. As mais antigas, datam do século VI. A maioria tem pinturas que retratam cenas bíblicas, da vida de Cristo, como a crucifixão, ressurreição, os apóstolos, etc.

Uma coisa intrigante que observei nestes afrescos, foi os olhos das imagens riscados ou desfigurados... Há uma explicação para isto, que é a “Iconoclastia”, um movimento político-religioso contra a veneração de imagens religiosas no império Bizantino dos séculos VIII até o IX.


Esse ambiente já foi um refeitório dos religiosos. Mesa e bancos esculpidos na pedra.


Há muitas opções de lugares incríveis para serem visitados na Capadócia. Do Vale de Goreme, a vista é lindíssima.

No vale do amor, as rochas são muito curiosos, pois têm o formato de pênis.

Visitamos também Ortahisar, que tem a 2ª rocha mais alta da Capadócia. As moradias nas rochas foram habitadas até pouco tempo, tendo sido interditadas recentemente, devido um desmoronamento, que infelizmente matou algumas pessoas. É impressionante, pois parece um grande condomínio... 


Algumas partes estão porosas e mesmo assim o danado do meu filho Davi de 15 anos subiu nessas ruínas e chegou até o ponto mais alto. O pontinho branco lá em cima é ele e meu coração ficou na mão de tanto medo de vê-lo ali... É uma loucura que não deve ser feita, mas Deus o protegeu mesmo assim. Ufa!!

O Vale dos Pombos é outro lugar interessante, pois há centenas de pombais esculpidos pelo homem das rochas, que no passado tiveram muita utilidade, pois usavam a carne, os ovos, etc. A clara do ovo de pomba tinha também finalidade artística, nos quadros e afrescos que eles pintavam. Mas hoje estes pombais estão vazios, pois um rio que passava na região secou e sem água em abundância, os pombos fugiram para outro lugar.


Dias antes nevou na Capadócia. Em alguns locais, a neve ainda não tinha derretido...

Lá na Capadócia, em frente ao Vale dos Pombos tem uma joalheria muito famosa, que vende jóias finas e pedras preciosas. Próximo à entrada, há uma estátua de São Jorge e uma inscrição ao humorista Chico Anysio. Nosso guia disse que essa joalheria foi uma das patrocinadoras da novela "Salve Jorge", e que após essa novela, muito mais brasileiros passaram a viajar para a Capadócia.

Ainda em referência à novela "Salve Jorge", visitamos uma das casas onde foram feitas algumas gravações. Eu não assisti à novela, mas nos disseram que era a casa do "Ziá."

Do lado da casa do Ziá, tem uma outra casa  e no quintal havia uma cadela Labradora com seus filhotinhos... O Vitor ficou encantado e claro que se aproximou deles para fazer carinho e brincar... Com relação a animais domésticos, o que mais vimos tanto em Istambul, quanto na Capadócia foram gatos. Muitos gatos nas ruas, nas praças, nos comércios. Gatos bonitos e bem cuidados. Deu pra notar que os turcos gostam muito dos bichanos!

Grande parte dos moradores da Capadócia ainda moram nas rochas... Há casas de vários modelos e inclusive com andares. Realmente incrível!!




Todos do nosso grupo adoraram conhecer a Capadócia. Foram momentos que jamais serão apagados da nossa memória, pois tudo lá é único e indescritível. As fotos não traduzem a beleza que vimos lá...

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