terça-feira, 2 de agosto de 2016

Meu filho usou fosfoetanolamina por 2 anos

Já faz um ano que a fosfoetanolamina, a “Substância da USP contra o Câncer” tomou as páginas dos jornais e está dando o que falar... O que tenho a dizer é que meu filho usou a referida substância  há 6 anos atrás,  bem antes de vir a ser conhecida pelo grande público. 
Conheci pessoalmente o profº Dr. Gilberto Orivaldo Chierice em 2010, por indicação de uma amiga de Volta Redonda, cuja filhinha tinha um tumor semelhante ao do meu filho. O Profº Dr. Gilberto Chierice era chefe do departamento de química da USP de São Carlos e pesquisou a fosfoetanolamina por mais de 20 anos. Ele e o seu assistente (Sr. Salvador) sempre nos receberam muito bem no gabinete de química da referida universidade e jamais cobrou qualquer valor pelas cápsulas. São pessoas altruístas e do bem, que se compadecem por quem está sofrendo.
Tenho conhecimento de muitos relatos de pessoas que se beneficiaram com o uso da fosfoetanolamina. Das vezes que conversei com o Dr. Gilberto ficou evidente sua decepção em não ver a substância seguir adiante com os ensaios clínicos para ser aprovada legalmente. Isso é uma longa história que envolvia a “entrega” da patente de todo trabalho da sua equipe, pois o grande temor era esses testes não serem feitos de forma adequada e depois de inventarem uma desculpa qualquer, engavetariam o projeto e iria por água abaixo anos de pesquisa de um composto altamente promissor no combate ao câncer.

Li o livro “Guerra Contra o Câncer”, do jornalista e escritor Robert Cooke, da área de Ciência e Medicina, que relata toda a trajetória do Dr. Judah Folkman, médico e pesquisador na área do câncer e descobridor da revolucionária teoria da angiogênese, que resultou no desenvolvimento do quimioterápico de terapia alvo “Avastin” (Bevacizumab), que atua cortando as proteínas responsáveis pela formação dos vasos sanguíneos que alimentam um tumor. Esse livro relata um pouco da “podridão” dos bastidores das pesquisas científicas, que envolve competições, inveja, ceticismo, barreiras políticas e comerciais, jogos de interesse e busca por lucros milionários. A área do câncer é uma das mais tristes, pois na maioria das vezes, na hora de escolher qual trabalho investir e testar, o que conta é o retorno financeiro, no menor tempo possível. Não é à toa que inúmeros quimioterápicos chegam a custar 10, 20, 30 mil reais ou até mais o mês de tratamento, dependendo do tipo de câncer. Pra vocês terem uma ideia, se meu filho tivesse feito quimioterapia teria usado Temodal, cuja caixa de 250 mg com 5 comprimidos custa aproximadamente R$ 7.000,00 e cujo uso não garante a cura, apenas "prolongação" de sobrevida. As pessoas não tem muita ciência dos custos altos, pois na maioria das vezes os planos de saúde ou SUS bancam o tratamento (pelo menos é o que deveria).

A Fosfoetanolamina é uma substância presente no nosso organismo, e ajuda a “marcar” as células tumorais para o sistema imunológico atuar. O Dr. Gilberto não foi o único a pesquisar esta substância... Existe outros ao redor do mundo. É só entrar no site pubmed.com (a maior enciclopédia científica virtual do mundo) e na parte busca - search - , digitar “ phosphoethanolamine câncer ”, que é o nome em inglês.

Eu decidi dar ao meu filho porque seu modo de atuação utiliza o sistema imunológico, nossa maior arma contra o câncer. Eu acredito muito em abordagens que se utilizam do sistema imunológico!! As mais modernas pesquisas na área do câncer (pesquisas com células dendríticas, por exemplo), estão caminhando na área da imunoterapia, também valendo-se do maravilhoso sistema imunológico que Deus criou.

Quando conversei com o Dr. Gilberto Chierice pela primeira vez, ele fez algumas perguntas: ” Seu filho fez quimioterapia?”; “Como está o sistema imunológico dele?”; “Para a fosfoetanolomina funcionar o sistema imunológico precisa estar intacto!” Bom, foi assim que iniciamos, pois já havia 2 anos que buscávamos medidas de fortalecer o sistema imunológico. Os exames comprovavam que estava tudo bem e o tumor sob controle. Nesta época consultávamos com um médico biomolecular e nutrólogo que conhecia o trabalho do Dr. Gilberto Chierice e super recomendou o uso da fosfoetanolamina. Inclusive disse que pacientes seus com outros tipos de tumores já tinham se beneficiado. 
Na época fiquei bastante animada com a descoberta da fosfoetanolamina e minha vontade era sair divulgando aos 4 ventos, mas o Dr. Gilberto pedia discrição, pois poderia sofrer “perseguição” e ter que parar de fabricar a substância que ajudava tantas pessoas. Outro detalhe que me disse foi que ele e alguns amigos “rateavam” os custos de fabricação com dinheiro do próprio bolso. Algumas vezes ofereci uma “oferta” para ajudar e ele recusou com veemência. Mas não segui a recomendação dele à risca, pois falei da fosfoetanolamina para algumas pessoas que estavam enfrentando a doença... Somente quem tem um familiar sofrendo sabe o que é isto. Infelizmente estas pessoas já tinham tentado tudo na medicina convencional e seus sistemas imunológicos estavam debilitados. Um desses casos foi o garoto Arthur de Maceió, que já tinha passado por 9 quimioterapias diferentes e o seu câncer (rabdomiosarcoma) continuava progredindo. Seus pais foram até São Carlos buscar as cápsulas para ele, mas infelizmente não houve tempo...

Segundo o Dr. Gilberto, após 7 ou 8 meses de uso da fosfoetanolamina o tumor costuma desaparecer, mas no caso do meu filho as ressonâncias magnéticas de controle mostravam estabilidade, o que já vinha acontecendo antes do uso da substância. Mesmo assim seguimos com o uso por aproximadamente 2 anos e como o tumor continuava estável, disse que já era suficiente e poderíamos suspender. Por causa disso, não tenho como dizer até que ponto a fosfoetanolamina ajudou, pois várias outras medidas estavam sendo tomadas simultaneamente (cuidados com alimentação, sucos de vegetais crus orgânicos, suplementos, etc).

Como eu já disse, não posso dizer se a fosfoetanolamina funciona ou não em casos de tumores cerebrais... A maioria dos relatos que vejo na internet são relativos a outros tipos de tumores. Seria uma grande benção se fosse comprovada sua eficácia, pois ainda não existe quimioterápico ou tratamento capaz de curar definitivamente alguns tipos de tumores cerebrais, entre eles alguns gliomas, como é o caso dos astrocitomas difusos ( o tumor do meu filho) e os glioblastomas multiformes, que são os astrocitomas de alto grau, os mais agressivos de todos.
As pesquisas com a fosfoetanolamina já começaram e vamos aguardar. Espero que sejam sérias, isentas de influência de quem não quer que um composto barato "roube" o lugar de medicamentos milionários. A previsão é que até 2017 o Governo Federal injete 10 milhões de reais nestas pesquisas com a fosfoetanolamina. As iniciais, in vitro, foram aquém das expectativas, mas isso já era esperado pelo Dr. Chierice, que em entrevista disse: " A fosfoetanolamina não reage desse jeito, é evidente, claro e preciso que não iria funcionar. A substância não é um composto citotóxico, ou seja, ela não oferece toxicidade para a célula. Isso pareceu uma surpresa para todos que analisaram, mas para nós não, já sabíamos desde o começo, tem trabalhos publicados. Mas alguém achou por bem que o nosso trabalho não valia”, disse o pesquisador.

Na semana passada, 25/07/16, teve início os testes clínicos, quando 10 pacientes receberão o composto e serão monitorados por uma equipe multiprofissional do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Posteriormente, serão testados mais 21 pacientes para dez tipos de tumores: cabeça e pescoço, pulmão, mama, cólon e reto, colo uterino, próstata, melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Se os resultados se mostrarem positivos, serão incluídos novos pacientes, até o limite máximo de mil pessoas. Os testes foram aprovados na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Ministério da Saúde. A Fundação para o Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da secretaria de Saúde do estado, forneceu as cápsulas da substância para realização da pesquisa.
Com certeza esses primeiros pacientes a realizar os testes serão aqueles que a medicina convencional não tem mais a nada a oferecer e seus sistemas imunológicos muito provavelmente estão bastante debilitados. Tendo em vista o modo de atuação da fosfoetanolamina, considero estas condições bastante adversas para bons resultados, mas peço a Deus que mesmo assim essas pessoas sejam beneficiadas e tenham resultados positivos e surpreendentes.
Que Deus abençoe a todos nós!








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